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terça-feira, dezembro 19, 2006

fernando cabeça na lua

ou o que existe de mais terrível na comunicação é o inconsciente da comunicação (Pierre Bourdieu)

Sam the Kid no seu single “Poetas de Karaoke” entre outras coisas, faz a reprovação dessa nova vaga de bandas portuguesas que resolve adoptar o inglês como a língua materna das suas canções, evocando razões como a procura da internacionalização ou uma mais refinada musicalidade nas palavras (dizem eles que o inglês é um língua mais musical) para essa opção.

Tudo é legítimo. É legítima a rejeição do português por parte das nossas bandas em detrimento do inglês, assim como é legítima a condenação por parte de Sam The Kid deste comportamento cada vez mais comum nos novos grupos portugueses. As bandas usufruem da liberdade de escolha e de acção, e Sam The Kid usufrui da liberdade de expressão. Aqui está expressa mais uma vitória da liberdade.

É um tema controverso. Mas o mais engraçado de tudo é que a controvérsia que se tem elevado com mais exuberância nem sequer tem vindo deste tema propriamente. A polémica veio da seguinte frase de Sam The Kid:

“ Querem ser os Moonspell, querem novos horizontes
Mas aqui o Samuel é MadreDeus é Dulce Pontes.”

Até um Ser com duas réplicas de neurónios made in Taiwan, perceberia facilmente que Sam The Kid com esta frase visava as novas bandas que cantam em inglês com a ideia de reproduzir (por exemplo) o sucesso internacional dos Moonspell. Sucesso este, que é algo de extraordinário e dificilmente reeditável. Uma frase em que Sam referenciava e exaltava os Moonspell e os seus êxitos, e onde distinguia o grupo dos restantes projectos “wanna be's”, foi interpretada por Fernando Cabeça na Lua (vocalista dos Moonspell) como uma frase ofensiva e acusatória para o seu grupo.

Destrambelhado e desnorteado Fernando Cabeça na Lua apressou-se a retaliar (o que não justificava retaliação) com declarações no Correio da Manhã e no fórum dos Moonspell: Entre todo aquele desvario hilariante, destacam-se frases como:
“Fizemos mais por Portugal que qualquer banda de HipHop”
“…continuo a acreditar que existe mais portugalidade numa nota/palavra de Moonspell que em todo o HipHop português.”

Primeiro: Porque é que quando um MC (neste caso o Sam The Kid) exprime a sua opinião sobre um determinado assunto, logo a seguir vêm as bestas arredondadas dizer: “vocês do HipHop”? O que é que o HipHop tem a ver com isto? O Sam The Kid é o Hip Hop? Somos todos iguais? Pensamos todos igual? No Heavy Metal todos se comportam e pensam igual?? Porque é que o Cabeça na Lua tinha que pôr o HipHop ao barulho?? Fernando Cabeça na Lua que falava de paranóias não patológicas em muito do Hip Hop que ouve, assume aqui a típica paranóia patológica desses alegóricos homens boçais e ultra-preconceituosos que precisam de fazer essa homogeneização do HipHop e dos HipHoppers, para assim mais facilmente nos caracterizarem a todos como os “putos dos gangs” que andam de boné ao contrário, armados a assaltar e a agredir pessoas indefesas.

Cabeça na Lua que dizia que ouve HipHop involuntariamente nas rádios e nas Tv's, teve a petulância de afirmar que há mais portugalidade numa nota de Moonspell que em todo o Hip Hop português. Lol, disse isto com a convicção e a altivez de quem conhece como um expert o HipHop nacional. Mais uma vez vítima da sua obtusidade e sobranceria, passou por pateta, porque mais de 90% dos grupos de HipHop português não passam nas rádios nem nas Tv's. Quantos grupos conhecerá Cabeça na Lua? Saberá do que fala? Claro que não… Um problema que poderia ter ficado resolvido com um simples telefonema para Sam The Kid, foi estupidamente exacerbado por Fernando (que perdeu a cabeça na Lua depois do feitiço), que também está a compactuar com uma guerra ridícula forçadamente fabricada pelo jornalismo merdoso do Correio da Manhã que na capa do seu suplemento cultural Êxito exibia o seguinte título: HipHop em guerra com o Heavy Metal. Triste. São estes Fernandos que estamos a internacionalizar?
sugerido por m.ego

sábado, dezembro 02, 2006

2 anos depois... no mural da (r)evolução VI

"Eu ando em frente... não em círculo!"

XEG