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sábado, janeiro 29, 2005

juventude/conformismo

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A realidade, ou, pelo menos, como eu a vejo, já que não tenho nem quero ter o monopólio da razão, é que, cada vez mais, os jovens são ensinados a ter baixas expectativas em relação aos seus objectivos, são ensinados a enveredar por um caminho mais fácil mas, no entanto, menos aliciante, o caminho do conformismo, o jovem hoje em dia não aprende a deixar “um mundo melhor que o que encontrou”, o jovem aprende cada vez mais a adaptar-se ao mundo que encontra, aprende a conviver com a desgraça, e com as problemáticas ditas “irresolúveis”, aprende que não se deve mexer para não estragar, aprende a ter medo de pensar de maneira diferente, aprende a ficar aprisionado nas correntes que a sociedade, através dos inúmeros aparelhos lhe impõe, aprende a viver resignado, a viver apenas com o conhecimento fornecido pelos manuais escolares medíocres, a não gostar da filosofia por ser demasiado maçadora e não ter qualquer importância para o futuro, aprende a valorizar o inglês para se render ao imperialismo, à língua do dollar, para se render à supremacia de um povo que lidera todo o Ocidente através do seu forte modelo económico que não é mais do que simples tráfico de armas, aniquilação de culturas e constantes saques aos povos a quem gosta de chamar cruelmente de seus “aliados”, é claro que o jovem não o faz em consciência, são os seus mestres que desde cedo lhe inculcam isto na mente ingénua, hoje em dia o jovem não é mais que um robô, programado para caminhar de olhos colados no chão para não ser chamado de arrogante quando o que quer é apenas algum respeito pela sua inteligência.

Mas o facto de isto ser ensinado e imposto ao jovem não quer dizer que o jovem o assimile, chegada a uma idade em que está mais exposto ao mundo exterior, o jovem percebe que nem tudo se resume a bem e mal, a preto e branco, e que o mundo pode ser algo mais colorido, percebe que todos temos o poder de mudar, espera ansioso pelo seu cartão de eleitor para ir mudar o mundo com uma simples cruz, mas, depois de várias tentativas frustradas de mudança e com o cansaço da idade volta ao seu estado de conformidade com o mundo em que vive, engrossando a percentagem de abstenção, aquela que obtém os melhores resultados eleitorais sem sequer fazer campanha. Apenas alguns escapam deste processo, apenas alguns vivem toda a sua vida com a esperança de mudar algo que está mal, apenas alguns percebem que “têm nas suas mãos o terrível poder de recusar “ o veneno que a sociedade lhe impinge, apenas alguns têm a coragem de abdicar de um aumento pela sua dignidade, hoje em dia os lutadores estão cansados, grande parte está K.O., onde estão os novos lutadores? Será que finalmente o inimigo venceu e conseguiu-se hegemonizar perante os defensores da liberdade e de um mundo melhor? Não estará na altura de nos fartarmos e dizer-mos chega!?

Talvez esteja na altura, estamos todos fartos de tudo isto, mas como conformados e resignados a viver sob a as mais adversas condições, esmorecemos perante desafios demasiado exigentes depositando todas as nossas esperanças em alguém de capacidades superiores, que apareça ou que regresse numa manhã de nevoeiro para nos salvar. Enquanto isso esperamos, comendo o pão que o diabo amassa dia a dia, e no fim de tudo não percebemos que o salvador nunca chegará e que provavelmente não existe, e que temos de ser NÓS a salvar o que quer que achemos que precisa de ser salvo, não podemos continuar à espera que alguém faça o nosso trabalho, que satisfaça as nossas necessidades, pois quem quer que seja que venha satisfazer as nossas necessidades terá sempre as suas em primeiro plano e as nossas em segundo, não acredito em almas caridosas, em “Lady Di’s”, em “Evitas”, em “Madres Teresas de Calcutá” não acredito em pessoas boazinhas ou pessoas cruéis, acredito em pessoas que precisam de concretizar os seus sonhos, que têm projectos e que os querem levar por diante, se cada um realizar os seus sonhos, não haverá necessidade de um salvador, a salvação vem da mudança da mentalidade de cada um, cada um tem que se salvar a si próprio da frustração, da tristeza. Se nos conformarmos com o mundo em que vivemos nunca teremos vontade de mudar!

A bonança não nos irá ser trazida à porta de casa por Testemunhas de Jeová ou qualquer outra seita religiosa com fins lucrativos, a bonança irá ser bem real e breve (se assim o quisermos*).

Quanto aos jovens, não nos subestimem…

*O John Lennon que me perdoe este “semi-plágio”

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