o princípio do fim - hiroshima
A cidade de Hiroshima, no sul do Japão, é mundialmente conhecida por ter sofrido o primeiro ataque atómico da história. A bomba atingiu a cidade na manhã do dia 6 de Agosto de 1945, e a história da humanidade nunca mais foi a mesma.
O ataque americano foi decisivo para o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia, com a rendição do Japão. O bombardeamento matou instantaneamente cerca de 130 mil pessoas. Uma das maiores cidades do Japão, Hiroshima tinha na época cerca de 325 mil habitantes. A bomba também afectou seriamente a saúde de milhares de sobreviventes. A grande maioria das vítimas era constituída pela população civil, que nada tinha a ver com a guerra.
Naquela fase da guerra, os nazis já haviam sido derrotados pelos aliados na Europa. Restava apenas o Japão no flanco asiático, que resistia com eficiência ao cerco dos americanos. As forças dos Estados Unidos estavam a derrotar os japoneses no mar e nos territórios invadidos pelo Japão, principalmente nas Filipinas, na China e nos arquipélagos do Pacífico. Entretanto, segundo os generais americanos, a perda de territórios invadidos não seria suficiente para que os japoneses se rendessem.
Para que o imperador Hiroito, líder japonês, aceitasse a rendição incondicional, seria necessário um ataque directo ao território japonês. A invasão ao Japão era considerada uma iniciativa de altíssimo risco, pois a resistência da população e a batalha em solo inimigo provocariam baixas maciças nas forças americanas. Na época, calculou-se que uma invasão poderia causar a morte de aproximadamente 2 milhões de pessoas, entre americanos e japoneses, além de prolongar a guerra indefinidamente.
Foi então que o alto-comando americano passou a considerar a única arma capaz de um ataque fortíssimo, que destruísse por completo o seu alvo sem causar nenhuma baixa nas tropas dos EUA: as bombas atómicas. Somente a potência de um ataque nuclear poderia obrigar os japoneses a se renderem. Na época, diversos cientistas, como Albert Einstein, estavam a colaborar para a evolução da tecnologia nuclear, que já podia ser empregada para fins militares.
A destruição
Ironicamente baptizada de "little boy", (garotinho, em inglês), a bomba lançada em Hiroshima é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo. A bomba foi lançada às 8h45 e as mortes foram praticamente instantâneas. De acordo com cientistas, bastarem dez segundos para que 130 mil pessoas morressem e 80 mil ficassem feridas.
A sua potência correspondia a 20 mil toneladas de dinamite. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus centígrados, similar à temperatura do Sol.
A cidade de Hiroshima pode ter sido escolhida para o ataque porque fica no centro de um vale — o que pode aumentar o impacto da explosão nuclear, já que as montanhas ao redor prenderiam na região as intensas ondas de calor, a radiação ultravioleta e os raios térmicos produzidos no ataque.
Após um silencioso clarão, ergueu-se uma espessa nuvem de poeira e fragmentos de fissão. Uma chuva formada por gotas enormes caiu depois da explosão. Segundo relatos da época, era uma chuva escura, formada por um líquido pastoso. Essa chuva atingiu vegetações e reservatórios de água em regiões próximas a Hiroshima.
Prédios desapareceram com a vegetação, transformando a cidade num deserto. Num raio de
Três dias depois, em 9 de Agosto de
O imperador Hiroito não só aceitou como propôs a rendição incondicional diante da ameaça. Depois de seis anos, a sangrenta Segunda Guerra Mundial havia finalmente terminado. Curiosamente, bombas atómicas nunca mais foram usadas em guerras, embora tenham ocorrido vários conflitos após 1945. As armas, no máximo, são empregadas em testes para que países exibam seu poder (como fazem a Índia e o Paquistão, por exemplo).
Mas essa é outra história.
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