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sábado, dezembro 11, 2004

mp3's e activismo

Depois da popularização da Internet nos anos 90, muita gente tem perdido tempo a reflectir sobre os benefícios e malefícios desta febre de downloads. Esta revolução tecnológica e comportamental fez diminuir significativamente as vendas dos álbuns, mas ao mesmo tempo ajudou a propagar e a internacionalizar a música de quase todos, até daqueles que sobreviviam no anonimato.

Será certo ou errado recorrer aos Kazaas, I-meshs, E-Mules, Soul Seeks etc para sacar músicas sem remunerar directamente os seus autores e editores? É uma pergunta difícil, mas vejamos a questão de outra forma: Será possível tirar dinheiro do nosso bolso para comprar todos os álbuns que desejamos ter? No meu caso, posso-vos garantir que não. Como não posso comprar tudo o que quero, resolvi adaptar os meus critérios de compra de cd's, à minha filosofia anti-capitalista.

Gosto de alguns artistas que estão em editoras majors, mas abdico de comprar os seus álbuns em favor de outros que são lançados por editoras independentes. Álbuns editados pela Sony, Universal, BMG etc, se gostar, tiro da net. Prefiro desviar o meu dinheiro para uma pequena empresa resistente do que para uma multinacional sanguessuga. Isto é activismo manos. Assim como os Black Panthers pediam aos negros americanos para fazerem circular o dinheiro que tinham apenas dentro da comunidade, e assim como Jesus Cristo (salvador ou impostor) pediu que olhássemos pelos mais desprotegidos, nós também devemos ter a preocupação de favorecer com o nosso dinheiro aqueles que têm menos.

Não é preciso fazer parte de movimentos revolucionários nem de se ser politizado para se ser um activista. O DJ que nas festas não inclui rap bling bling no seu set é um activista. O Professor que não se restringe ao programa de ensino pré-formatado e oferece aos seus alunos conhecimentos adicionais fidedignos é um activista. O trabalhador que oferece solidariedade total a um colega seu explorado ou despedido sem justa causa é um activista. Todos nós podemos sê-lo.

Sempre que puderes come os teus Hamburguers em Relotes e Tasquinhas em vez de comê-los em MacDonalds.

Sempre que puderes compra as tuas roupas em lojas de bairro, em vez de comprares nessas grandes cadeias de pronto-a-vestir.

Sempre que puderes vai divertir-te em house partys, em vez de ires a Mussulos e Kremlins.

Sempre que puderes compra as tuas coisas no mercado negro e paralelo em vez de comprares em Colombos e Amoreiras.

Sei bem que nem sempre há hipótese de tirarmos as multinacionais do nosso circuito de escolha (até porque em algumas áreas de comércio eles têm tudo monopolizado), mas sempre que puderes tenta fazê-lo. Esta máquina capitalista é alimentada por nós, por isso temos o poder de destrui-la. Não alimentem o monstro.

Valete

sugerido por Valete

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo. Não digo que já não tenha gasto dinheiro em grandes plantaformas (quem já não o fez), mas também, cada vez mais penso que, esta atitude falada no post original, é a melhor. Há que ajudar quem merece, há que gastar o dinheiro de forma racional e há também que passar este pensamento a quem ainda está pra vir.
Não acho correcto o preço com que somos confrontados nas lojas de cds, e por isso recorro ao mesmo sistema de escolha: recolha de mp3's na internet.

Querem um album que vale a pena comprar ?

"Lweji - Finalmente", à venda na Kinsize por 12 euros.

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11:10 da tarde

 

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